Ana Rüsche entrevista Alejandro Mendez


UM POUCO MAIS QUE 140 CARACTERES

originalmente feita em español-português remix

Ana- Em 140 caracteres, please: sem a confortável folha em branco, qual será o poema perfeito na internet?
Alejandro- O que saiba guardar o segredo e, com a mesma intensidade desse ocultamento, libere palavras que se amarem com outros mundos, outra língua.

A mesma pergunta, agora com mais prolixidade: você escreveu em Medley (2003) poemas para Hannelore Kohl, a esposa de Helmut Kohl que se suicidou por uma doença terrível, a alergia à luz.
Imaginando que todos nós também somos Hannelore Kohl, no sentido homeopático (receitar um veneno muito diluído para curar algo), a luz da tela do computador poderia nos curar?

Sim, mas com a condição que nos deixe cegos. Explico-me melhor: é necessário seguir a divisão alquímica – obscurum per obscuris – mas, no sentido inverso, o quer dizer nos submeter à potência lumínica máxima (queimar-se até perder a visão) e nessa amálgama de contrários, paradoxalmente, nos curar.
Recorro a ajuda de outros para conseguir dizer o que quero. Em seu leito de morte, asseguram que Goethe disse o seguinte: “luz, mais luz”. Assim seja.

Se isso fosse um post de blogue, gostaria de ler um comentário teu sobre um tweet de @mouzaia: “Recebi uma msg de Second Life: Por força maior suspendeu-se o encontro de Poesia hj à meia-noite”.
Mouzaia, não acredite nessa mensagem. Foi disparada por um hacker que acessou a informação que constava no inventário de seu avatar e quis sabotar o meeting poético. O encontro se realizará de toda forma. Para acessar a informação correta, você deverá entrar no país dos poetas residentes no Second Life. Ali, no metaverso, encontrará as coordenadas.

Todas as crianças são, de certa maneira, “Crianças Índigo”, o título de teu livro publicado em 2007 (Chicos Índigos, Ed. Bajo Luna, Buenos Aires). Como o Alejandro Méndez foi uma dessas e enxergou todo o futuro?
Enxergava o futuro da nave espacial que armava com as cadeiras da cozinha, acreditando que era um dos Supersônicos. Minha brincadeira preferida era “ler” todas as noites um Atlas e pousar meu dedo em algum lugar exótico. O futuro tinha forma de livro; nesse sentido, Mallarmé disse antes e melhor: Le monde est fait pour aboutir à un beau livre (o mundo foi feito para resultar em um belo livro).

Em 140 caracteres again: o que você quer fazer no Brasil?
Um derrame anfíbio e poético. Polifonia de vozes entrelaçadas, novas, híbridas, belas. Nos tecer para parir uma linda descendência mestiça

UN POCO MÁS QUE 140 CARACTERES

En 140 caracteres, please: sin la confortable hoja en blanco, cual será el poema perfecto en la net?
El que sepa guardar el secreto, y con la misma intensidad de ese ocultamiento, libere palabras que enlacen con otros mundos, otra lengua.

La misma pregunta, pero con más prolijidad: escribiste en Medley (2003) poemas para Hannelore Kohl, la esposa de Helmut Kohl, que se suicidó por una terrible enfermedad, la alergia a la luz.
Imaginando que todos nosostros somos también Hannelore Kohl, en el sentido homeopático (recetar un veneno muy diluído para curar algo), la luz de la pantalla podría curarnos?

Sí, pero a condición que nos deje ciegos.  Me explico mejor: hay que seguir la divisa alquímica  -obscurum per obscuris- pero en sentido inverso, es decir someternos a la potencia lumínica máxima (quemarse hasta perder la visión) y en esa amalgama de contrarios, paradójicamente curarnos.
Vuelvo en ayuda de otros para decir lo mío. En su lecho de muerte, aseguran que Goethe dijo lo siguiente: “luz, más luz”. Así sea.

Se eso fuere un post de blog, me gustaria leer un comentário tuyo sobre un tweet de @mouzaia: “Recibí un mje de Second Life: Por causas de fuerza mayor se suspende el encuentro de Poesía a la medianoche de hoy”.
Mouzaia,  no tengas en cuenta ese mensaje. Fue disparado por un hacker  que accedió a la información cargada en el inventario de tu avatar y quiso sabotear el meeting poético. El encuentro se realizará de todas maneras. Para acceder a la información correcta deberás entrar al land de los poetas residentes en Second Life. Allí, en el metaverso,  encontrarás las coordenadas.

Todos los niños son, de certa manera, “Chicos Índigos”, el título de tu libro publicado en 2007 (Ed. Bajo la Luna, Buenos Aires). Como Alejandro Méndez ha sido uno y miró todo el futuro?
Miraba el futuro desde la nave espacial que armaba con la sillas de la cocina, creyéndome uno de los Supersónicos. Mi juego preferido era “leer” todas las noches un atlas, y posar mi dedo en algún lugar exótico. El futuro tenía forma de libro; en este sentido Mallarmé lo dijo antes y mejor: Le monde est fait  pour aboutir à un beau livre ( el mundo está hecho para concluir en un libro bello )

En 140 caracteres again: qué quieres hacer en Brasil?
Un derrame anfibio y poético. Polifonía de voces enlazadas, nuevas, híbridas, hermosas. Tejernos para parir una linda descendencia mestiza.

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Arquivado em Alejandro Méndez, Ana Rüsche

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